Nikolaus Fraunhofer


Nikolaus Fraunhofer nasceu em Graz, em 1914. Ele era um ferreiro que vivia com sua mãe em Itzling, agora parte da cidade de Salzburgo. Ele era um membro das Testemunhas de Jeová e já tinha sido perseguido pela ditadura Austro-Fascista quando foi submetido a doze horas de prisão por fazer circular publicações da Torre de Vigia proibidas em junho de 1936.

Como resultado de seu ativismo como Testemunha de Jeová, Nikolaus foi preso pela Gestapo em 5 de dezembro de 1938. Depois foi transferido de Salzburgo para Munique e novamente de volta a Salzburgo, onde foi deportado para o campo de concentração de Sachsenhausen, em 19 de fevereiro de 1940. Lá ele foi assassinado em 22 de junho de 1940. Depois da guerra sua mãe recebeu uma pensão destinada a sobreviventes das vítimas até sua morte em Salzburgo em 1959. Hitler mandou exterminar todas as Testemunhas de Jeová. Clique aqui para entender o porquê

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Que perda de tempo, recursos e esforços tem sido para milhões de pessoas que foram apanhadas pelos predadores da "Organização" internacional de charlatães da Torre de Vigia e que devotaram toda a sua vida trabalhando como escravos para algo que pensaram ser a sua "salvação".

sábado, 30 de junho de 2012

A Torre de Vigia esconde o passado de seus membros

Trevor Scott
 
"Como responde quando são feitas afirmações prodigiosas sobre ensinos religiosos falsos e práticas corruptas? Será que condena imediatamente a pessoa ou organização que faz a denúncia? Contrariamente ao que alguns possam pensar, não é grosseria nem falta de amor expor a falsidade e a corrupção." - A Sentinela, 1 de março de 1966, p. 132 (em inglês).

É um fato que a história da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (Testemunhas de Jeová) está repleta de datas falhas e doutrinas abandonadas, e a Sociedade tomou grandes precauções para esconder este passado dos seus membros. Publicações mais antigas (incriminatórias) são praticamente impossíveis de obter através da Sociedade, enquanto ao mesmo tempo os membros são sobrepujados com material "atual" da Torre de Vigia.

A Sociedade Torre de Vigia até chegou ao extremo de imprimir desinformação sobre a sua própria história numa tentativa de convencer os leitores de que a doutrina da Torre de Vigia tem permanecido consistente ao longo dos anos, e que a Sociedade não é um falso profeta. Ao fazerem isto, ganharam para si mesmos o título de "mentirosos", para acrescentar ao de "falsos profetas".

Considere as seguintes citações de publicações das Testemunhas de Jeová, e preste atenção em cada caso à data em que o artigo foi publicado:
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Caso 1:
 
"Porque, então, as nações não se apercebem nem aceitam a aproximação deste clímax de julgamento? É porque elas não acataram o anúncio mundial sobre a volta de Cristo e a sua segunda presença. Desde muito antes da Primeira Guerra Mundial as testemunhas de Jeová apontaram para 1914 como sendo o tempo em que este grande evento ocorreria." - A Sentinela, 15 de junho de 1954, p. 370 (em inglês).
Então, de acordo com o artigo da Sentinela acima, "desde muito antes da Primeira Guerra Mundial" as testemunhas de Jeová apontaram para
1914 como sendo o tempo da volta de Cristo e da sua segunda presença. Repare na data deste artigo que acabamos de citar: 1954. Agora leia o seguinte para ver o que as Testemunhas de Jeová estavam realmente ensinando "desde muito antes" (e bastante tempo depois) de 1914:
 
"A profecia da Bíblia mostra que o Senhor haveria de aparecer pela segunda vez no ano 1874. A profecia cumprida mostra acima de qualquer dúvida que
ele apareceu no ano 1874. A profecia cumprida é também designada por os fatos físicos; e estes fatos são indisputáveis. Todos os verdadeiros vigias estão familiarizados com estes fatos, conforme apresentados nas Escrituras e explicados na interpretação pelo servo especial do Senhor." - A Sentinela, 1 de Novembro de 1922, p. 333 (em inglês).

Na realidade, em 1922 a Sociedade Torre de Vigia ainda estava ensinando que "acima de qualquer dúvida" Cristo voltou em 1874! A declaração de 1954 citada acima não passa de propaganda da Sociedade Torre de Vigia que tem o objetivo de enganar os leitores e levá-los a acreditar que a doutrina da Torre de Vigia tem permanecido consistente "desde muito antes da Primeira Guerra Mundial", e que a Sociedade não é um falso profeta. Além de ficar provado que são falsos em ambas as afirmações, fica também provado que são mentirosos.
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Caso 2:
 
"De modo similar, uma profecia fez providencialmente com que sinceros estudantes da Bíblia, no século 19, estivessem em expectativa. Por relacionarem os "sete tempos" de Daniel 4:25 com "os tempos dos gentios", eles
esperavam que Cristo recebesse o poder do Reino em 1914." - A Sentinela, 15 de setembro de 1998, p. 15.
Aqui, numa publicação de 1998, as Testemunhas de Jeová dizem-nos que os "estudantes da Bíblia" (como as Testemunhas de Jeová eram então conhecidas) do século 19 estavam à espera "que Cristo recebesse o poder do Reino em 1914". Isto é demonstravelmente falso, conforme se pode ver examinando as publicações das Testemunhas de Jeová desse tempo:
 
"Desde esse tempo tem sido enfaticamente manifesto que o tempo tinha chegado em 1878 A.D. quando o julgamento real devia começar na casa de Deus. É aqui que 'Rev. 14:14-20' se aplica, e o nosso Senhor é apresentado como o ceifeiro coroado.
O ano 1878 A.D., sendo o paralelo da sua assunção de poder e autoridade no tipo, marca claramente o tempo para a própria assunção de poder como Rei dos reis, pelo nosso Senhor presente, espiritual e invisível - o tempo para ele tomar para si próprio o seu grande poder para reinar, que na profecia é associado de perto com a ressurreição dos seus fiéis, e o início da tribulação e ira sobre as nações." - "The Time Is At Hand", 1907, p. 239 (em inglês).

Os "Estudantes da Bíblia" do século 19 não estavam de modo nenhum 'antecipando que Cristo receberia o poder do Reino em 1914'. No início do século 20 (1907 neste caso), a Sociedade Torre de Vigia ainda estava ensinando que Cristo tinha recebido o poder do Reino em 1878. A declaração de 1998 citada acima é outra mentira flagrante.
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Caso 3:
 
"Nos fundos da nossa casa em Tojo-cho, Osaka, havia uma casa com um letreiro: "Filial de Osaka da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia." Presumindo tratar-se dum grupo cristão, visitei a casa. "Você crê no segundo advento do Senhor?", perguntei ao jovem que atendeu à porta. "
O segundo advento de Cristo aconteceu em 1914", respondeu ele. Atônita, eu disse a ele que isto era impossível. "A senhora deve ler este livro", disse ele, entregando-me "A Harpa de Deus"." - A Sentinela, 1 de maio de 1988, p. 22.

Esta "experiência" relatada pela Sociedade Torre de Vigia é interessante. Segundo esta citação, "o segundo advento de Cristo aconteceu em 1914". Depois é dito à ouvinte espantada para ler a publicação da Torre de Vigia "A Harpa de Deus". Desconfio que a ouvinte nunca chegou a ler "A Harpa de Deus", porque se tivesse lido, teria encontrado uma data completamente diferente para a suposta volta de Cristo:

"Desde 1874 é o tempo da segunda presença do Senhor, conforme declarado acima. [...]
Foi no ano 1874, a data da segunda presença do nosso Senhor [...]" - "The Harp of God" (A Harpa de Deus), 1921, p. 234 (em inglês).

No artigo de 1988 a Sociedade Torre de Vigia dá deliberadamente a impressão de que "A Harpa de Deus" (e por extensão a Sociedade Torre de Vigia daquele tempo) ensinava que o segundo advento de Cristo ocorreu em 1914. Trapaça óbvia.
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Caso 4:
 
"As testemunhas de Jeová
apontaram para o ano de 1914, com décadas de antecedência, como marcando o início da "terminação do sistema de coisas". - Despertai!, 22 de julho de 1973, p. 8.

Será que é verdade? Vamos confirmar:

"Há duas datas importantes aqui que não devemos confundir, mas antes diferenciar claramente, nomeadamente, o início do "tempo do fim" e o início da "presença do Senhor".
"O tempo do fim" abrange um período a partir de 1799 A.D., conforme dito acima". - "The Harp of God" (A Harpa de Deus), 1921, p. 231 (em inglês).

"Portanto, não fique surpreendido quando em capítulos subsequentes apresentarmos provas de que o estabelecimento do Reino de Deus já começou, que é indicado nas profecias como previsto para começar o exercício de poder em 1878 A.D., e que a
"batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso", que terminará em 1914 A.D., com o desmoronamento completo dos governos atuais da terra, já começou. O ajuntamento dos exércitos é claramente visível do ponto de vista da Palavra de Deus." - "The Time Is At Hand", 1889, p. 101 (em inglês).

A doutrina corrente das Testemunhas de Jeová diz que 1914 marcou o "início" da conclusão deste sistema, e mais uma vez a Sociedade Torre de Vigia quer que os seus membros acreditem que ela predisse este suposto evento. Na realidade, a organização da Torre de Vigia predisse o "fim" absoluto deste sistema (o fim da "batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso" - Armagedom) para 1914. Foi só depois das suas predições falharem, e em resposta a esta falha, que as doutrinas foram mudadas. Mas eles não querem que a Testemunha de Jeová comum aprenda sobre as falsas profecias da Sociedade Torre de Vigia, não é verdade?
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Caso 5:
 
"C. T. Russell escreveu um artigo intitulado "Tempos dos Gentios: Quando Terminam?" Foi publicado no Bible Examiner de outubro de 1876, e nele Russell disse: "Os sete tempos terminarão em 1914 A. D." [...] Comprovando tais cálculos,
1914 deveras marcou o fim desses tempos e o nascimento do reino de Deus no céu, tendo a Cristo Jesus como rei. Pense só nisso! Jeová concedeu tal conhecimento a Seu povo cerca de quatro décadas antes de tais tempos expirarem." - Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, p. 37.

Em 1976 a Sociedade Torre de Vigia afirmou que "cerca de quatro décadas antes de tais tempos expirarem" (i.e., quatro décadas antes de 1914 A.D.), Jeová concedeu à Sociedade o conhecimento de que 1914 marcou "o nascimento do reino de Deus no céu, tendo a Cristo Jesus como rei". Isto é outra mentira flagrante, conforme se pode ver na seguinte publicação da Torre de Vigia, com data de apenas 1 ano antes do suposto fim "de tais tempos":
 
"O nosso Senhor, o Rei designado, está agora presente, desde outubro de 1874, A.D., segundo o testemunho dos profetas, para aqueles que têm ouvidos para ouvir: e a inauguração formal do seu cargo real data de abril de 1878, A.D.: e o primeiro trabalho do Reino, conforme mostrado pelo nosso Senhor, nas suas parábolas e profecias (o ajuntamento dos "seus eleitos") está agora em progresso. "Os mortos em Cristo levantar-se-ão primeiro", explicou o Senhor através do Apóstolo; e a ressurreição da Igreja será num momento. Consequentemente
o Reino, conforme representado no nosso Senhor, e os santos adormecidos já aptos e preparados e achados dignos de serem membros do "seu corpo", a "noiva", foi estabelecido em 1878; e a única coisa que falta fazer para estar completo é o "ajuntamento no Senhor" daqueles dos "eleitos" que estão vivos e permanecem - cujo julgamento ainda não está completo." - "The Battle of Armageddon", 1913, pp. 621-622 (em inglês).

Esqueça as "cerca de quatro décadas antes de tais tempos expirarem". Um ano antes "de tais tempos expirarem" a Sociedade Torre de Vigia ainda estava ensinando que "o nascimento do reino de Deus no céu, tendo a Cristo Jesus como rei" ocorrera em 1878.


De fato, a Sociedade Torre de Vigia não começou a ensinar que 1914 marcou "o nascimento do reino de Deus no céu, tendo a Cristo Jesus como rei" senão alguns anos depois de 1914!
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Caso 6:
 
"Após o fim da guerra, em 1918, não havia ofertas de emprego na Inglaterra, de modo que voltei para o exército e parti para a Índia, como integrante da guarnição do período de paz. Em
maio de 1920, a malária ressurgiu, e fui enviado para as montanhas para me recuperar. Ali, lia todos os livros que caíam em minhas mãos, até mesmo a Bíblia. A leitura das Escrituras intensificou meu interesse na volta do Senhor. Meses mais tarde, em Kanpur, fundei um grupo de estudo da Bíblia, esperando aprender mais acerca da volta do Senhor. Foi ali que conheci Fredrick James, ex-soldado britânico que se tornara zeloso Estudante da Bíblia. Ele me explicou que Jesus já estava presente desde 1914, invisível ao homem. Esta era a nova mais emocionante que eu já ouvira." - A Sentinela, 1º de setembro de 1990, p. 11.
Outra "experiência" relatada pela Sociedade Torre de Vigia. Mais uma vez, o exame das publicações da Torre de Vigia da época em questão - desta vez, a década de 1920 - revela algo diferente:
"A prova é muito clara e convincente de que a
segunda presença de nosso Senhor data de 1874, e que desse tempo em diante o Senhor Jesus tem estado a ajuntar aqueles que fizeram um pacto com o Senhor Deus através de sacrifício." - A Sentinela, 15 de fevereiro de 1927, p. 54 (em inglês).
Em 1927 a Sociedade Torre de Vigia ainda estava ensinando que 1874 era a data da suposta volta invisível e segunda presença de Cristo. De fato, dizia-se que a prova disso era "muito clara e convincente" nesse tempo.
O que é deveras "muito claro e convincente" é que as Testemunhas de Jeová não hesitam em mentir para atingir os seus objectivos - neste caso, branquear o seu passado. Deve-se notar que as Testemunhas de Jeová dizem que as mesmas publicações onde encontramos estas mentiras são "alimento espiritual" vindo de Deus e o "meio de comunicação" com o seu povo na terra.
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Nota

Considere as seguintes afirmações feitas pela Sociedade Torre de Vigia:

"Era de se esperar que o Senhor tivesse um meio de comunicação com o seu povo na terra, e ele tem mostrado claramente que a revista chamada A Sentinela é usada para esse propósito." - "1939 Yearbook of Jehovah's Witnesses" (Anuário das Testemunhas de Jeová de 1939), p. 85 (em inglês).

"Desde 1879 a revista A Sentinela tem sido usada por este grupo coletivo de cristãos para dispensar alimento espiritual regularmente àqueles deste 'pequeno rebanho' de verdadeiros cristãos." - A Sentinela, 1 de outubro de 1967, p. 590 (em inglês).

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Relatório de Serviço de Campo




Desiludido, em meio a devaneios e com o coração em pedaços por não ter sido correspondido com uma pessoa a quem eu tanto amava... Assim era minha situação quando fui "interceptado" por duas pessoas na porta de minha casa que começaram a mim falar de um futuro promissor para todas as pessoas puras e sinceras de coração. Eu estava inconformado com minha situação sentimental naquela época e por isso aceitei um "estudo" com aquelas pessoas que se identificavam como "Testemunhas de Jeová".

O início foi um tanto duro, pois meus pais eram católicos e não aceitavam a minha ideia de mudar de religião. Meu pai fez uma tentativa inicial de me desestimular a continuar aquele estudo, me mostrando um artigo que falava sobre "Russel" em uma revista mensal que ele assinava, denominada "Catolicismo". As graves acusações feitas naquele artigo não surtiram muito efeito sobre mim. Por que?

Porque eu me recusava a acreditar que aquelas pessoas amigáveis, com um sorriso constante, pudessem ser representantes de uma religião enganadora... ainda mais porque estavam constantemente a me confortar com palavras confortáveis acerca dos meus problemas sentimentais. Comecei então a frequentar o "Salão do Reino".

Nas primeiras vezes que fui, foi demais!!! Todas as pessoas vinham ao meu encontro para me cumprimentar e se apresentar. Quão satisfeito fiquei! Cheguei à conclusão que ali as pessoas eram amorosas e atenciosas umas com as outras... finalmente havia encontrado minha verdadeira família, pensei...

Os estudos comigo continuavam. Eu percebia um ligeiro excesso de atenção por parte dos meus instrutores, pois eles eram pontuais, e não faltavam a um estudo sequer. Estranhei aquela atitude, pois jamais havia encontrado pessoas tão atenciosas em relação a minha pessoa daquela forma. Há se eu soubesse desde aquela época que a causa daquela atenção era um tal de "relatório de serviço de campo"... O fato é que eu me senti amado por aquelas pessoas.

Meus pais e amigos do mundo já não me criticavam mais frente na frente, mas somente por terceiros. Eu comecei a me sentir afastado tanto de meus amigos como de meus familiares, mas ao mesmo tempo tentava explicar à eles o quão amorosas eram as Testemunhas e Jeová, e cheguei até a pensar que poderia, um dia, levá-los para lá também. O tempo foi passando e, sem que eu percebesse, fui me envolvendo mais e mais com as Testemunhas de Jeová no que se refere ao companheirismo.

Certa vez uma pessoa se aproximou de mim e me mostrou o que estava escrito em João 1:1 (No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus). Foi a primeira vez que tomei um "pequeno susto" sobre a doutrina em que eu estava. Corri com aquela passagem ao meu instrutor (achando que ele não soubesse). A explicação que me foi dada, foi que as Bíblias do mundo inteiro continham erros , a não ser a de fabricação própria deles. Maravilha, pensei! As TJ são realmente pessoas instruídas e cultas... conhecem até termos em grego e hebraico!!! Então reforcei mais ainda minha fé naquela organização.

O tempo foi passando até que depois de um ano de estudo, foi me revelado a existência e o real significado do "relatório de serviço de campo", que é o sair batendo de porta em porta oferecendo aquelas revistas que todos aqui já conhecem ... é claro que eu não iria ficar a eternidade sem saber! Isso ocorreu em um dia quando eu estava a estudar com meu "amoroso e atencioso" instrutor .

Ali, em meio ao estudo, chegou uma outra TJ (que já tinha se tornado um grande amigo meu) em minha casa e fez uma piadinha com meu instrutor. Ele disse :
"Fulano, já chega de fazer horas em cima dele!!! vamos jogar uma bolinha agora!!!"
"Fazer o que???", indaguei.

"Ué, até hoje seu instrutor não lhe disse o que é o relatório de serviço de campo? Ainda mais agora que você está prestes à se tornar um publicador não batizado?", respondeu meu amigo.

Então fiquei ali conversando de 10 ou 15 minutos. Soube então qual era o real significado dos "relatórios". Fiquei com uma "jaca entalada na garganta" ao saber então que desde o início meu instrutor não me amava e se interessava por mim "exatamente da maneira" que eu pensava, mas sim, que havia um outro pequeno interesse por trás de todas aquelas visitas... Senti muito mal, mas já havia, com o tempo, aprendido a gostar daquelas pessoas e fiquei sem jeito de sequer dar uma "ralada" em meu instrutor por não ter me dito desde o inicio que ele dava "satisfação" aos outros das horas que estudava comigo. Pela primeira vez havia descoberto algo de "estranho" na organização, pensei.

Meio já envolvido com aquela turma, me tornei "publicador não batizado", onde ao mesmo tempo conheci uma pessoa que viria a ser minha noiva no futuro. Passei seis meses "anestesiado" com a organização e o serviço de campo. Eu sentia satisfação em bater de porta em porta e "vencer objeções" com os mais incautos. Eu achava que Jeová se orgulhava da minha pessoa como defensor de sua palavra, a verdade. Meus discursos eram excepcionais. Meus irmãos diziam que logo haveria mais um ancião naquela congregação.

Até que, um determinado dia, depois de meu batismo, no serviço de campo, comecei a argumentar com um morador sobre a questão do sangue. O homem, nada simplório, não se entregou aos meus argumentos (será que eram meus mesmo?) acerca do sangue. Ao contrário disso, ele sem Bíblia sem nada, simplesmente com palavras mansas, começou a questionar a posição das TJ em relação ao sangue e o que Deus pensava de tal assunto. Pela primeira vez comecei a desconfiar que poderia haver algo questionável na organização.

Comecei a analisar tal doutrina mais a fundo, e cheguei à conclusão de que realmente poderia ter algum furo, visto que havia a mão de homens no meio. Cheguei então à conclusão que a doutrina da abstinência do sangue, segundo as TJ, estava equivocada. Eu nem pensava em discutir isso com minha noiva pois a mesma, bem como sua família, eram extremamente "teocráticos". Qualquer assunto fora dos padrões da organização eram considerados heresias. Mas, mesmo assim, não deixei passar a questão do sangue em branco. Continuava estudando.

Eu nem sonhava que existiam "apóstatas" da "verdade" e portanto eu não tinha referências a não ser a própria Bíblia. Então, na minha condição de "apóstata amador", escrevi uma carta anônima aos líderes sobre o sangue. Tratava-se de um diálogo fictício entre um servo ministerial e um ancião. A esta altura eu já havia notado que meus irmãos não eram tão "cultos" como eu pensava no início, mas sim que seus argumentos eram repetitivos e mecânicos, baseados nos livros tais como o "Raciocínios".

Eu achava que Jeová havia me escolhido para produzir uma reforma na organização... achava que estava sozinho no mundo. Pensava que os membros do Corpo Governante não haviam considerado a minha linha de raciocínio a respeito do sangue e que, portanto, poderiam cair em si e anular esse dogma anti-bíblico. Cheguei até mesmo a pensar que eu iria fazer parte dos 144.000 por ter sido um "canal especial" usado por Jeová para corrigir alguns erros de sua organização!!! Mandei várias vezes essa mesma carta. E... nada!!!!

Ao contrário disso vinham orientações aos irmãos que eram passadas aos anciãos em discurso no sentido de tomar cuidado com os apóstatas, pois o cerco estava se apertando! Eu fiquei muito triste e desanimei, pois me sentia "um" contra "milhões". Depois de ter já marcado a data de meu casamento, continuei em meus estudos usando apenas a Bíblia, pois como disse, não tinha nenhum outro referencial a não ser ela.

Então, descobri outra coisa estranha... tratava-se do retorno de Cristo em 1914, segundo as TJ. Lendo o capítulo 24 de Mateus notei que Cristo anunciou que haveria guerras, fome, pestilências, falsos Cristos, falsos profetas, terremotos, e DEPOIS; somente ENTÃO é que veríamos Cristo descendo nas nuvens com poder e grande glória. As TJ pregam tal coisa de forma invertida, ou seja, Cristo voltou em 1914 e DEPOIS tais coisas como terremotos e aparecimentos de falsos Cristos começaram a acontecer. E agora? Pensei. Pela primeira vez em minha vida estava me sentido sozinho, apesar de tantos irmãos à minha volta.

No que diz respeito ao serviço de campo, comecei a notar alguns comentários estranhos por parte de meus irmãos. Já não eram mais "Vamos pregar e alertar as pessoas do final dos tempos", mas sim "minhas horas estão fracas esse mês, preciso te acompanhar em seus estudos", ou ainda "Vamos trabalhar mais 15 minutos, pois assim completaremos duas horas de registro hoje." Comecei a me sentir mal com essas coisas.

Quando saía no campo, sabia que seria obrigado a defender as doutrinas relativas a 1914 ou a questão do sangue, mesmo sentindo no meu interior que estavam erradas. Ou seja, eu seria obrigado a enganar as pessoas. Até que um dia comecei a acessar a Internet... aí descobri que não estava mais sozinho e que existiam muitas pessoas que pensavam como eu. Posso dizer que "a gota d'água" foi quando li um artigo na net dizendo que os lideres das TJ não tinham Jesus Cristo como mediador legal entre Deus e os homens. Ali ele citou algumas "Sentinelas" como referências. Referências essas que foram prontamente investigadas e confirmadas por mim em pesquisas.

Lembro-me até hoje daquele dia. Meu estômago começou a embrulhar e eu nem mesmo consegui jantar... sentia uma indescritível vergonha de mim mesmo, por ter sido enganado tanto tempo. Meu instrutor, que era o ancião residente da congregação, também era o pedreiro que estava construindo a minha casa, o meu futuro lar como homem casado. No dia seguinte (sábado) fui bem cedo na obra e o chamei para dialogarmos. Ali, expus tudo o que havia descoberto na Net, bem como minha ideias sobre a organização. É claro que eu já esperava que ele não conseguiria refutar aquelas matérias... uma porque eram verdades, e outra porque não lhe foi ensinado pela organização a se defender de tais matérias. Depois de um extenso diálogo, meu instrutor deu um profundo suspiro e me disse:
"José, mesmo que me mostrassem que 80% dos ensinamentos da organização são falsos e apenas 20% são verdadeiros, eu ainda assim continuaria na organização".

O diálogo parou ali e fingi concordar com ele. Uma vez que eu já havia mostrado que tinha entrado em contato com os apóstatas não seria boa ideia uma discussão. Ao invés disso, disfarcei. Eu disse a ele que iria queimar todo aquele material "apóstata" e que nunca mais tocaria no assunto.

Mas eu já estava em um grande conflito espiritual. Não sabia com quem conversar, e então decidi trocar umas ideias com outro TJ, um amigo mais íntimo. Esse amigo me surpreendeu pois ele concordou em grande parte comigo sobre os erros da organização. Em meio ao nosso diálogo, eu perguntei o que ele achava de pregar aqueles ensinamentos às pessoas de porta em porta mesmo sabendo que estavam errados. Sua resposta:
"José, eu transmito às pessoas aquilo que os líderes me pedem para transmitir... agora, caberá a cada morador interpretar se aqueles ensinamentos são corretos ou não".
"Sem comentários", pensei comigo. Nesse momento parei de dialogar com ele e fui embora para minha casa.

Eu já havia decidido em meu coração que não ficaria mais naquela organização falsa e opressiva. Mas havia pelo menos uma pessoa que eu queria tirar de lá. MINHA NOIVA. Uma porque eu a amava muito e outra porque nosso casamento já estava praticamente todo organizado. Convites prontos, festa paga, enxoval pronto, vestido e terno alugados, aluguel do clube pago, etc. e tal... No dia seguinte fui até a casa dela e comecei uma conversa bem sutil em termos apóstatas. Esse diálogo "sutil", durou mais ou menos uma semana. A reação negativa que ela teve foi dez vezes maior do que eu esperava.

Resultado: nós terminamos e eu me dissociei através de uma carta entregue por minha mãe ao meu instrutor e "mestre de obras" da minha casa. Joguei tudo pelo ares, pois em minha mente somente vinha duas palavras: verdade e liberdade.

Depois de dissociado, realmente foi difícil superar tal trauma! O principal sentimento ruim era a perda de minha noiva, mas havia também os meus irmãos de fé. Eu saía às ruas temendo encontrar a todo momento meus ex-irmãos (amigos) e os verem virando seu rosto para mim. Parece que ficar em casa era a melhor coisa a ser feita, pois tinha medo de encarar a realidade. Realidade? Qual era ela? Era o fato de ter saído de uma doutrina enganosa. E foi baseado nesse firme pensamento que consegui superar essa difícil fase da minha vida. Sinto ainda alguns "efeitos colaterais", mas já estão com menor intensidade. O tempo, bem como o raciocínio lógico, são os melhores remédios que existem para esses casos.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Testemunhas de Jeová ou de Satanás?





Charles Taze Russell, fundador da seita "Testemunhas de Jeová", nasceu no Estado da Pensilvânia, Estados Unidos, no ano de 1854. Perturbado pela doutrina das penas eternas, tornou-se simpatizante da doutrina adventista, a qual abraçou posteriormente. Como Russell possuía pontos de vista muito pessoais, principalmente quanto à maneira e ao objetivo da vinda de Cristo, não demorou haver divergência entre seus pontos de vista e os dos líderes adventistas. Nessa época, em parceria com um adventista de nome N.H. Barbour, escreveu um livro. Essa amizade, porém, durou pouco, pois logo se separaram, após uma acalorada discussão quanto à doutrina da expiação. Um ano após, em 1872, Russell lança os fundamentos do seu movimento, inicialmente com os nomes "Torre de Vigia de Sião" e "Arauto da Presença de Cristo".


1. As Idéias de Russell
Russell vivia em freqüentes choques com as autoridades e os tribunais, dos quais nem sempre se saía bem. Censurou as igrejas e seus líderes como porta-vozes do engano e como instrumentos do diabo. Para preparação dos seus discípulos, escreveu uma obra intitulada Estudos nas Escrituras, sobre a qual o próprio Russell declarou ousadamente que seria melhor que ela fosse lida do que lida a Bíblia sozinha. Contudo, mais tarde, ele mesmo chamou de "imaturos" alguns de seus escritos primitivos.
Russell foi um homem de mau procedimento. Casou-se em 1879. Várias vezes foi levado ao tribunal por sua própria esposa, em face de maus tratos que sofria dele. Não podendo ela suportá-lo mais, abandonou-o em 1887, dele divorciando-se em 1913. Viu-se muitas vezes em apuros com a justiça devido a escândalos financeiros.


2. Joseph Franklin Rutherford
Charles Taze Russell morreu a 9 de novembro de 1916, sendo substituído pelo juiz Joseph Franklin Rutherford. Rutherford excedeu em muito a atuação do próprio Russell, fundador da seita. Logo no princípio da sua gestão, fundou a revista Despertai, com uma tiragem mensal que vai a um milhão de exemplares. Esteve por vários meses na cadeia por causa de alegadas "atividades antiamericanas", no inicio da entrada dos Estados Unidos na Primeira Grande Guerra. Isto contribuía mais para que Rutherford e seus seguidores tivessem maior ódio da "organização do diabo" (como tratavam toda e qualquer espécie de organização política ou religiosa que se opunha aos seus ensinos e às doutrinas). Rutherford morreu a 8 de janeiro de 1942, com 72 anos de idade.


3. Nathan H. Knorr
Com a morte de Rutherford, Nathan H. Knorr assumiu a os liderança da seita. No início do seu mandato escreveu um ensaio com o título: "Testemunhas-de-jeová dos Tempos Modernos", com a afirmação: "Deus Jeová é o organizador de suas testemunhas sobre a terra". Prosseguindo, diz que o nome da organização deriva-se da passagem de Isaías 43.10: "Vós sois minhas testemunhas, diz Jeová".


4. Escravos de um Sistema
As Testemunhas-de-jeová demonstram um zelo incomum em tornarem conhecidas as suas doutrinas, pelo que se dedicam ao máximo à venda de livros e revistas, de porta em porta. Além de se dedicarem com afinco a esse trabalho, quase todos dão uma parcela de cooperação na disseminação das doutrinas da seita. W.J. Schenell, ex-testemunha", diz que as "testemunhas" ficam sob constantes pressões e com medo mortal dos seus líderes. Por exemplo: se não venderem suficiente literatura, serão rebaixados à "classe de maus servos", ou "servos inúteis".


5. No que as Testemunhas de Jeová acreditam?
Uma análise minuciosa da sua posição doutrinária em assuntos como a divindade de Jesus, a Salvação, a Trindade, o Espírito Santo, a Expiação, etc., mostra que eles não guardam posições cristãs ortodoxas nesses assuntos. As Testemunhas de Jeová acreditam que Jesus é o arcanjo Miguel, o mais alto ser criado. Isto contradiz diversas Escrituras que claramente dizem que Jesus é Deus (João 1:1,14; 8:58; 10:30). As Testemunhas de Jeová acreditam que a salvação é obtida com uma combinação de fé, boas obras e obediência. Isto contradiz inúmeras Escrituras que declaram que a salvação é recebida pela fé (João 3:16; Efésios 2:8-9; Tito 3:5). As Testemunhas de Jeová rejeitam a Trindade, acreditando que Jesus é um ser criado e que o Espírito Santo é essencialmente o poder de Deus. As Testemunhas de Jeová rejeitam o conceito da morte de Cristo em substituição à nossa e ao invés seguem a teoria do resgate, que diz que a morte de Jesus foi o pagamento pelo pecado de Adão.
Como as Testemunhas de Jeová justificam estas doutrinas não-bíblicas? (1) Eles afirmam que a igreja, ao longo dos séculos, corrompeu a Bíblia, e (2) Eles retraduziram a Bíblia no que eles chamam de Tradução do Novo Mundo. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados alterou o texto bíblico para fazê-lo se adequar à sua falsa doutrina – ao invés de basear a sua doutrina no que a Bíblia ensina. A Tradução do Novo Mundo já teve numerosas edições, dado que as Testemunhas de Jeová descobrem mais e mais Escrituras que contradizem os seus ensinamentos.

 
5. Alteram a Bíblia para fazer com que ela diga o que eles querem:
• Tiram os versículos e passagens de seu contexto imediato.
• Recusam-se a ler as passagens dentro do contexto bíblico completo.
• Inserem as suas pressuposições teológicas no texto.
• Alteram o texto bíblico para suprir as suas necessidades.
• Baseam-se em um verso para interpretar um conjunto de outros.
• Trocam os significados das palavras.
• Proclamam que algumas passagens têm sentido figurado quando elas contradizem as suas doutrinas.
• Adicionam coisas à Palavra de Deus.
• A Tradução do Novo Mundo é horrível. Ela mudou o texto para se adequar à sua própria teologia em muitos lugares.


6. Eles são geralmente paranóicos
Exigem de seus membros a frequência regular aos seus "estudos bíblicos" semanais onde são repetidamente doutrinados com ensinos anti-cristãos. Eles fazem isso por meio da leitura das revistas Sentinela e Despertai!, que basicamente, mantém seus pensamentos cativos às doutrinas deles. Eles ensinam que serão perseguidos quando forem de porta em porta ensinar as suas falsas doutrinas e que, quando alguém os contrariar ou divergir deles, eles serão justificados por serem TJ. Eles dizem que são a única organização verdadeira na terra (assim como todas as seitas afirmam!). Eles são fortemente encorajados a ter apenas amigos e fazer negócios com pessoas dentro da organização, o que mantém as pessoas e ideias longe do exame externo. Eles ensinam a evitar aqueles que deixaram o seu grupo, mantendo assim, o outros afastados para que não questionem o porquê da sua saída.

 
7. Seu início no Brasil
Seu início aqui foi em 1920. A Sociedade condena às Forças Armadas e proíbe seus membros de exercerem o serviço militar, porém, por incrível que pareça e ironia do destino, seu início no Brasil teve como primeiros membros oito marinheiros, segundo eles mesmos contam. A sede fica em Cesário Lange, interior de São Paulo, onde existe um complexo gráfico e administrativo. O local abriga 850 funcionários que são chamados de voluntários, sendo que estes não podem ter filhos. O diretor e editor dos periódicos da Sociedade no Brasil chama-se: Augusto dos Santos Machado Filho.
 

8. Corpo Governante
Tentando basear em uma interpretação errônea de Mateus 24.45-47 e Lucas 12.42, as Testemunhas de Jeová ensinam que Jesus profetizou a existência de uma classe chamada "escravo fiel e discreto" (servo fiel e prudente). Esta classe teria como porta-voz outro grupo conhecido como Corpo Governante, que vive na sede mundial, composto por cerca de 10 homens, estes são os "ungidos". Sua tarefa é interpretar a Bíblia para as Testemunhas de Jeová, que não podem contrariar suas interpretações. São eles que ditam as regras e as doutrinas da seita. Também são eles que promovem as mudanças na doutrina. Tudo o que o Corpo Governante ensinar deve ser recebido como a vontade de Jeová para a organização.

De acordo com o Corpo Governante, "meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para adquirir o conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da vida" (A Sentinela, 01/12/1991, p.19); por isso existem outras publicações como A Sentinela, Despertai!, Raciocínios à base das Escrituras, Conhecimento que conduz à vida eterna etc. De um lado as Testemunhas de Jeová dizem que essas literaturas não podem substituir a Bíblia; por outro lado crêem que podem substituí-la. A dependência do Corpo Governante revela-se através da seguinte declaração: "A menos que estejamos com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada na vida, não importa quanto leiamos a Bíblia" (A Sentinela, 01/08/1982, p. 27). O Corpo Governante vive mudando de ideias. Dizem que a revelação de Deus é progressiva e por isso, eles recebem tal conhecimento progressivamente. As "verdades" de hoje são as mentiras de amanhã.

 
9. Seus Métodos
As Testemunhas de Jeová são ensinadas no Salão do Reino, nome dado ao local de suas reuniões. Acham que Igreja e Templo são coisas do Diabo. Neste local são doutrinados através dos "estudos bíblicos" semanais, que de bíblicos geralmente não tem nada, pois apenas é lido um único versículo da Bíblia (quando isto é feito) e o restante do tempo é ministrado os ensinos anticristãos da revista Sentinela e Despertai, saturando seus convertidos com suas doutrinas. O livro "Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra" é o dito manual para ingresso na organização.
 

10. Duas Classes de Testemunhas de Jeová
Russell apresentou a doutrina de que apenas 144.000 estariam aptos para irem ao céu, completando assim o chamado "rebanho de Deus". Mas sua seita cresceu muito e então tiveram que inventar um lugar para todos. Criou então a Classe da "Grande Multidão". Num Congresso realizado em Washington, 1935, Rutherford inventou esta doutrina, essa grande multidão "seria a classe terrestre de pessoas não geradas pelo espírito". As principais características da grande multidão:

1) Não precisariam nascer de novo, "nenhum deles nasceu de novo". (Sentinela 01/02/1982,p.25);

2) São a maioria das Testemunhas de Jeová, "os outros que vivem hoje têm esperança terrestre e não têm necessidade de nascer de novo";

3) Não pertencem a Cristo "os que pertencem a Cristo são 144 mil discípulos fiéis escolhidos para dominarem com ele no reino" (Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra,p.l72, # 20).

Assim essas pessoas ficam excluídas de participar da santa ceia do Senhor. Estes não são filhos de Deus, mas Deus Jeová sujeitará essas criaturas aperfeiçoadas a uma prova cabal para todo o sempre. Jesus Cristo não é o mediador deles, é apenas o mediador dos cristãos ungidos (A Sentinela 15/09/1979, p.32). E finalmente, não têm direito ao céu "Rutherford afirma que a grande multidão é uma classe terrestre".

A classe dos "ungidos". Os 144 mil de todas as tribos de Israel mencionados em Ap 7.4-8, são todas tidas pelo Corpo Governante como os "israelitas espirituais". Esses são os escolhidos para viver com Cristo no reino celeste. As demais Testemunhas de Jeová viverão na terra sob o domínio de Cristo e de sua Igreja no céu.

As Testemunhas de Jeová Caem no Ridículo



 
Proibições
Podem mudar com o tempo, mas estas são algumas das proibições da seita:
Não se deve cantar nada que enaltece a pátria, a bandeira ou qualquer outra coisa (é proibido manifestar a alegria cantando), nem mencionar a Deus.
Não se deve ler livros de ficção, nem livros mundanos, nem imprensa mundana, nem ouvir radio ou ver televisão, ao menos é aconselhável não fazê-lo.
Quando se faz um presente, nunca deve figurar o nome ou identificação de quem o faz, nem no Natal nem no aniversário deve se ter presentes.
As mulheres não devem usar calças. Os homens nem bigode, nem barba, nem cabelo comprido.
Não se deve casar com quem não seja Testemunha de Jeová (o que provocou um suicídio em Valência), nem se pode romper um compromisso matrimonial.
• Não pode celebrar o Natal nem o aniversário de Bodas.
• Não pode fazer amizades íntimas, é perigo de sectarismo.
• Não pode acompanhar o casamento de um familiar que não seja Testemunha.
• Não pode brindar levantando copos.
• Não pode ser esportistas porque cria nacionalismo.
• Não pode caçar ou pescar por esporte.
• Não pode participar de loterias ou jogos por dinheiro.
• Não pode participar nem apoiar as Olimpíadas porque são adoração pagã.
• Não pode organizar festas sociais com amigos e menos ainda com os não testemunhas de Jeová.
• Não pode batizar nem ser testemunha quem fuma tabaco.
• Não pode celebrar aniversários.
• Não pode dar esmola aos mendigos.
• Não pode trabalhar para nenhuma outra religião.
• Não pode jogar xadrez.
• Não pode vestir luto.
• Não pode colaborar em campanhas caritativas.
• Não pode deixar fazer transfusões de sangue nem soro, antes deixar-se morrer.
• Não pode comer nem morcelas nem nada que contenha sangue.
• Não pode ir a hospitais religiosos para se curar.
• Não pode levar nada em ouro.
• Não pode servir em nenhum exército.
• É obrigatório ensinar a Bíblia aos filhos mesmo quando para isso seja preciso fazê-lo com o látego na mão.
• É obrigatória a assistência as reuniões dos Testemunhas, sob pena de ser castigado.
• Há que batizar-se como testemunha, de outra forma não há a possibilidade de salvação.
• Há que pregar sempre, ainda que esteja cansado ou sem vontade.
• Há que assistir a todas as assembléias.


 
Um negócio lucrativo
A Watch Tower Bible and Tract Society of New York, Inc. é a melhor empresa editorial do mundo e conta com as maiores imprensas do planeta. De um só livro, "A verdade que leva à vida eterna", vendeu-se entre 1968 e 1974, 74 milhões de exemplares. Anteriormente, com o mesmo conteúdo mas mudando os títulos e a ordem dos capítulos, foram vendidos 29.246. 710 exemplares. Em 1980 venderam livros em todos o mundo por um total de 22.837.471 exemplares, e de revistas 218.827.546 exemplares ("A Sentinela", em 106 idiomas, e "Despertai!" em 34), e 16.465.248 folhetos.
Os livros são vendidos a um preço 10 vezes maior ao da edição. Em suas sete mansões do Brooklyn trabalham em troca de comida, hospedagem e uma propina mensal, dois mil adeptos fabricando a literatura de base. A comida chega de suas próprias granjas, onde trabalham quatrocentos voluntários, também em troca de sua manutenção.


A isto acrescenta-se o saldo em direitos do autor, já que todos os cedem à seita, o não pagar impostos por ser uma sociedade "religiosa" e o ter milhões de vendedores (tantos como adeptos) que trabalham de forma gratuita. E ainda nos resta o melhor: cada adepto não só é obrigado a ser vendedor mas também comprador. E não só um exemplar por família, mas um para cada pessoa, para que assim não tenham que fazer fila para ler. Além disso, os adeptos compram, e pagam adiantado, todos os livros e revistas que logo devem vender (ou presentear) porta a porta.


Em cada reunião semanal fala-se da venda de livros e revistas, de como "colocar" literatura. Posto que o fim do mundo está próximo, há que se proclamar a palavra de Jeová o mais rápido possível, ou serão responsáveis pela morte dos infiéis.


É muito fácil escrever um desses livros. Primeiro pode aparecer em revistas, que se compram todas, logo se fundem os capítulos em um livro que também é vendido, e quando se saturou o mercado, mudam-se as ordens dos capítulos, acrescentam-se, muda-se o título e a capa, e um novo êxito editorial. O mesmo texto foi vendido com cinco títulos diferentes em mais de uma ocasião. Desde o início e com as mesmas ideias doutrinais básicas, entre 1874 e em 1974 foram vendidos 704.163.616 livros e folhetos, nos dez anos seguintes outros 355 milhões. Entre 1918 e 1974 foram vendidos 3.970.261. 080 revistas e 3.185.000.000 nos dez anos seguintes. Aparte temos que considerar uns dois milhões de assinaturas anuais a suas revistas.


Mas nunca acabam-se de fazer números com esta "organização não lucrativa", pois os modos de tapear aos adeptos (como os caminhos do Senhor) são infinitos. Também os fazem pagar os formulários e folhas de registro obrigatórias para o controle interno, as tarjetas de território e os envelopes, as folhas de convite ao Memorial (cerimônia) e a conferências, os cartões postais que logo são repartidos de forma gratuita... têm suas contribuições mensais, outras para necessidades concretas com caixinhas habilitadas a tal efeito em cada Salão do Reino. E tendo em conta que a maioria de adeptos são de baixo status social, muitos acabam vivendo quase na miséria.


Também devem-se sufragar as viagens dos líderes quando vão aos EUA. Se um adepto vai pregar fora de sua localidade corre com todos os gastos e estes não são descontados dos benefícios por vendas. As assembleias são outro negócio. São reunidos milhares de testemunhas em estádios ou similares (uns 70.000 recentemente) durante vários dias, ali lhes são vendidos de tudo (comida, refrescos, literatura...) mais caro e de pior qualidade. Ali deixam tudo o que trouxeram, depois de ter pago até as credenciais para assistir.


Outro hábil sistema de saque é o que a central da seita oferece créditos a seus fiéis com interesse abaixo do mercado, para adquirir bens imóveis. A verdade é que muita gente se pergunta (entre esta gente não estão os responsáveis para assuntos religiosos, claro) que faz um grupo assim registrado como religião e gozando de todos os benefícios fiscais.

Segregação desumana entre as Testemunhas de Jeová



É domingo de manhã, você está dormindo, ou mesmo aproveitando tranquilamente seu descanso, quando de repente sua campainha toca e duas pessoas muito bem vestidas e alegremente amigáveis lhe pedem um minuto de atenção para se meditar sobre algum texto da Bíblia, trazendo a você a esperança de um mundo melhor para se viver. Se você pensou nas Testemunhas de Jeová, não é o único, pois esta é a rotina pela qual elas são conhecidas mundialmente: pregar as boas novas da Bíblia por toda a Terra, aos pares, de casa em casa.



Mas antes que você desista de ler este manifesto por achar que aqui será falado de religião, pedimos-lhe um minuto da sua atenção para algo do qual você talvez não foi informado sobre estas simpáticas pessoas: A DISCRIMINAÇÃO SOFRIDA POR EX-MEMBROS DESTA RELIGIÃO.



Imagine que você, ao ser abordado por Testemunhas de Jeová, se sinta atraído pela promessa de um mundo mais justo, um paraíso na Terra, e outras promessas bíblicas. Como reagiria se, logo em seguida, fosse informado que, caso decida ser Testemunha de Jeová, você não poderá mais voltar atrás, pois se um dia não quiser mais ser TJ, você será completamente ignorado pelos demais, inclusive por Testemunhas de Jeová membros da sua família? Como reagiria se, ao sair, quando cruzar com um antigo amigo desta religião, este mudará de calçada só para não cumprimentar você? Você aceitaria ser uma TJ se fosse informado sobre esse processo discriminatório pelo qual você estaria sujeito a passar?



Pois bem caro leitor, isso não é informado ao morador quando é visitado por aquela dupla tão gentil que bate à sua porta aos domingos. Afinal, quem se converteria à esta religião ao saber disso?



Este processo é conhecido entre eles como DESASSOCIAÇÃO, ou seja, quando um membro é expulso por cometer um pecado, (ou até discordar do que é ensinado pelas Testemunhas de Jeová). DISSOCIAÇÃO é quando um membro exerce seu direito de escolher outra religião. Todas as pessoas com quem o membro tinha laços afetivos, sejam da família ou não, passam a tratá-lo como se tivesse morto – UMA MORTE SOCIAL.



Veja o que diz a publicação mais conhecida entre as TJs sobre o assunto: A Sentinela, de 15 de dezembro de 1981, na página 21, diz: "Um simples ‘Oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém desassociado?"



O que torna o ato ainda mais brutal e indignante, é o fato de líderes das TJs, desincentivarem veementemente qualquer tipo de amizade com qualquer pessoa que não seja Testemunha de Jeová. Embora não proíba que se fale com pessoas de fora do grupo, elas aconselham a tratá-los como "mundanos", ou "más associações". O objetivo por trás disto é óbvio: Se a pessoa sair, não terá mais amigos, nem dentro do grupo e nem fora, assim arrasada emocionalmente, entra em desespero mental e, por sua vez, em depressão profunda, não é por nada que existem brasileiros em tratamentos psiquiátricos.



Não estamos aqui, prezado leitor, incentivando uma represália contra a Religião das Testemunhas de Jeová. A liberdade de crença ou religião é constitucional! Mas é importante que a sociedade fique ciente do abuso que é incentivado pela Torre de Vigia (a direção mundial das Testemunhas de Jeová) no que diz respeito às humilhações sofridas por quem hoje não é mais Testemunha de Jeová, seja ele desassociado ou dissociado. Romper laços familiares e afetivos, destroçar amizades, são atos repudiáveis que devem ser sim denunciados e as autoridades devem tomar providências cabíveis para que este ato covarde seja encerrado de uma vez por todas. Religião deve impor seus limites e ter suas punições? Sim, é adequado repreender alguém que comete um erro. Mas até onde deve ir esta punição? Por que não informar à pessoa antes de ela se tornar TJ que ela poderá vir a sofrer isto? E por que estender a mesma punição a alguém que decide seguir outro ramo do Cristianismo? (NOTA: mesmo cristãs, as Testemunhas de Jeová acreditam que TODAS as outras religiões Cristãs são religiões falsas e fazem parte de Babilônia, A Grande, o Império Mundial da Religião Falsa. Isto também não é informado ao morador na primeira visita.)

 

Carta de uma pessoa desassociada:
 
  Deixei a organização em 1980, todavia, a única coisa que fiz foi
  deixar de ir às reuniões. Não dá para entender, mas não podia ficar só
  nisso. Minha mãe escreveu-me uma carta em 81 dizendo que não podia
  mais se associar ou relacionar-se comigo já que eu não assistia as
  reuniões. Meus irmãos, naturalmente, fizeram o mesmo.

       Nossa filha foi assassinada em janeiro de 1983. Mamãe não veio ao
    funeral nem enviou condolências. Estou criando os quatro filhos de
    minha filha, e descobri do modo mais difícil quem são os meus
    verdadeiros amigos. Pessoas a quem eu nem sequer conhecia
    mostraram solidariedade e me ajudaram com as crianças. Deram de seu
    dinheiro, de seu tempo, e de qualquer coisa que puderam para ajudar.
    Senti-me tão envergonhada de pensar que eu tinha, durante tantos anos,
    virado às costas aos vizinhos e parentes [não-Testemunhas] que
    estavam tão dispostos a nos ajudar. Eles nunca deixaram de me amar.
    Nem posso contar as vezes que chorei por causa dos muitos anos que
    perdi, evitando-os por serem "mundanos".

        Fui batizada em 1946, e por volta de 1971 comecei a perceber
    coisas que não pareciam muito cristãs. Eu pesquisava as Escrituras e
    não conseguia achar base alguma para as coisas que aconteciam na
    congregação... Por volta dessa época, li um livro de Milton Kovitz,
    "Liberdades Fundamentais de Um Povo Livre". Comecei a imaginar
    como a Sociedade [Torre de Vigia] podia lutar tanto pelas liberdades
    garantidas na constituição e negar essas mesmas liberdades a outros,
    liberdades preservadas pela mesma constituição, como o direito à livre
    expressão, o direito à privacidade, etc. Não se permitia a consciência
    individual. Com exceção de um ou dois, os homens da congregação
    estavam mais interessados em obter posições de autoridade do que em
    orar por elas e obter verdadeiro discernimento. Os comentários nas
    reuniões só faziam "repetir como papagaio" a página impressa da
    Sentinela. Nenhum interesse por aqueles com fraquezas, apenas uma
    compulsão insuperável em "Manter a organização limpa...".

       Já esqueci tantas coisas, nomes e datas, que não posso escrever com
    a mesma autoridade que você. Não lamento isso. Estou feliz de que se
    esteja desvanecendo.

       Mais uma coisa, tenho achado quase impossível orar. Eu queria
    poder, mas não sei como desenvolver uma relação pessoal com Deus e
    Cristo. Meus velhos sentimentos de mágoa com a organização vêm à
    tona quando tento orar. Após ler seu livro, mergulhei num sentimento
    de tanta pena dos que podem estar tentando criar a coragem de que
    precisam, que pedi a Deus que os ajudasse. A primeira oração de
    verdade depois de muito tempo. Obrigada.

Auto-glorificação megalomaníaca e desavergonhada

As Testemunhas de Jeová gostam de pensar em si mesmas como sendo intransigentes quando se trata da verdade. Durante a sua história elas têm usado literalmente quilômetros e quilômetros de artigos expondo os "erros" de todas as igrejas cristãs. A citação seguinte explica muito bem o modo como elas gostariam que todas as outras pessoas vissem a crítica incessante que as Testemunhas de Jeová fazem a todas as outras religiões:

"Sim, a mensagem que proclamam expõe realmente o erro, mas, assim como o apóstolo Paulo, elas perguntam: 'Tornamo-nos seus inimigos porque estamos falando a verdade?' (Gálatas 4:16)" (A Sentinela, 1.º de março de 1985, p. 8)

Mas será que é essa a atitude que elas adotam quando a Sociedade Torre de Vigia é sujeita a críticas? Será que elas consideram como inimigos as pessoas que lhes dizem a verdade sobre a organização delas? Vejamos.

Algumas organizações parecem não poder existir sem um arqui-inimigo, um oponente, sobre o qual possam lançar desdém e culpa por todo o mal que acontece no mundo. Alguém que possam demonizar, julgar e condenar, criando um contraste em relação a si mesmas para se evidenciarem como melhores. Isto é geralmente conseguido focando-se nos piores aspectos dos inimigos e ao mesmo tempo envolvendo-se em auto-elogios, demonstrando assim os fortes contrastes entre a religião "falsa" e a "verdadeira".

A Sociedade Torre de Vigia escolheu a Igreja Católica como seu arqui-inimigo. (Atualmente, os assim chamados "apóstatas" parecem ter substituído a Igreja Católica nesse papel.) A Torre de Vigia ao longo dos anos tem diabolizado e desdenhado a Igreja Católica a um ponto que dificilmente se julgaria possível. A Igreja tem sido culpada por praticamente todas as coisas más que aconteceram no mundo durante os últimos 1800 anos. Ao mesmo tempo a Torre de Vigia tem-se envolvido na auto-glorificação mais desavergonhada que é possível imaginar. A megalomania dela parece não ter quaisquer limites. Por exemplo, ela está "tomando conta dos interesses de Deus na terra". O mero pensamento de que Deus precisaria de uma organização humana completamente insignificante para tomar conta dos seus interesses é evidentemente tanto ridículo como presunçoso.

Quando se trata de artigos atacando os católicos, a literatura da Torre de Vigia é uma fonte extremamente rica. Durante mais de cem anos eles têm escrito sobre a horrível intolerância e abuso praticados pela Igreja durante a Idade Média. Eles têm de falar sobre a Idade Média e evidentemente ignorar as mudanças por que a Igreja passou desde então. O que é incrível é eles criticarem até mesmo a Igreja por ter abandonado uma das suas práticas da Idade Média.

Algo que parece irritar a Torre de Vigia mais do que tudo o resto é o dogma do Papa ser o Representante de Cristo, e que ninguém pode ser salvo se não pertencer à Igreja (soa familiar, não acha?). Devido a esta afirmação da Igreja, a Torre de Vigia muito justamente diz que qualquer pessoa que faça tais asserções peremptórias tem de aceitar ser esmiuçada e tem de estar preparada para ser criticada.

"A Igreja Católica ocupa posição muitíssimo significativa no mundo, e afirma ser o caminho da salvação para centenas de milhões de pessoas. Qualquer organização que assuma tal posição deve estar disposta a ser esmiuçada e criticada." (Despertai!, 22 de dezembro de 1984, p. 28)

Nenhuma pessoa com um senso de justiça levantaria objeções a esse argumento. Claro que é razoável que alguém que faz afirmações como essa tem de aceitar o escrutínio e a crítica. Conforme sabemos, a Torre de Vigia faz uma afirmação quase idêntica:

"Em primeiro lugar, os seguidores ungidos de Jesus, que fazem parte da organização terrestre de Jeová, são "embaixadores, substituindo a Cristo". [...] Note bem que eles não são embaixadores e enviados dum mero governo humano e de governantes pecaminosos. Representam a Jeová, seu enaltecido rei espiritual Jesus Cristo e o poderoso reino de Deus. Que privilégio inestimável! Naturalmente, para se servir e louvar o Soberano Universal, é preciso associar-se com a organização das testemunhas cristãs de Jeová. Considere também que só a organização de Jeová, em toda a terra, é dirigida pelo espírito santo ou a força ativa de Deus. (Zac. 4:6) Apenas esta organização funciona para o propósito de Jeová e para o seu louvor. Ela é a única para a qual a Palavra Sagrada de Deus, a Bíblia, não é um livro lacrado." (A Sentinela, 1.º de janeiro de 1974, pp. 17, 18, §3, 4)

Conforme podemos ver, os líderes das Testemunhas de Jeová afirmam que "Representam a Jeová" e a Cristo, tal como o Papa afirma. Eles também são os únicos conduzidos pelo espírito santo e os únicos que compreendem a Bíblia. Afirmações muito substanciais, e se fossem verdadeiras, uma organização dessas evidentemente receberia bem o escrutínio e as investigações, claro que eles não teriam nada a temer, tendo o Todo-Poderoso do seu lado.

Antigamente, esse imenso poder e privilégio estava até nas mãos de uma pessoa. Imagine só, o velho Zé "bêbado" Rutherford (foto acima), esse sujeito estava realmente cheio de "espírito":

"A Teocracia é a prometida administração dos assuntos da terra por Jeová Deus [...] Essa Teocracia está agora a funcionar na terra. A Teocracia é presentemente administrada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da qual o Juiz Rutherford é o presidente e administrador geral." (Consolation [Consolação], 4 de setembro de 1940, s. 25 [em inglês])

Não admira que a Torre de Vigia esteja tão preocupada com a Igreja Católica; eles realmente são a única "concorrência". Mas lembre-se do princípio, que foi expresso de forma tão excelente na Despertai!, de que qualquer pessoa ou organização que faça tais afirmações "deve estar disposta a ser esmiuçada e criticada".

Conforme documentado, a Sociedade Torre de Vigia afirma ser o único meio de salvação para todos os seres humanos hoje. No entanto, de algum modo eles não estão dispostos de maneira nenhuma a submeterem-se a escrutínio e crítica. Esta "regra" simplesmente não se aplica a eles. Pelo contrário, é muito errado criticar a Sociedade Torre de Vigia. É ainda pior! É rebelião contra Deus. Que raciocínio estranho.

"Quão importante é que nunca levantemos a voz para criticar amargamente a organização do Senhor ou seus representantes designados. Jeová é o Juiz onisciente a quem se deverá prestar contas por tais tipos de declarações e outras, sem proveito. -- Mateus 12:36, 37; Levítico 19:16; Judas 8. Entre os que desprezam o ensino de Jeová há indivíduos que criticam a organização limpa de Jeová e suas regras que mantêm a paz e a boa ordem. Pouca diferença separa tais indivíduos dos categoricamente rebeldes." (A Sentinela, 15 de novembro de 1984, p. 17, §13, 14)

Por vezes a incrível paranóia e mentalidade de sítio da Sociedade Torre de Vigia é exibida em termos nada incertos quando eles nos deixam ver o seu mundo a preto e branco, onde a grande conspiração universal se está a revelar:

"A fé das Testemunhas de Jeová sofre ataques de todos os lados -- do clero da cristandade que odeia a mensagem do Reino que levamos de casa em casa, de apóstatas que colaboram com o clero da cristandade, de autoridades médicas que querem impor transfusões de sangue a nós e a nossos filhos, de cientistas ateus que rejeitam a crença em Deus e na criação, e daqueles que tentam obrigar-nos a violar a nossa neutralidade. Toda essa oposição é orquestrada por Satanás". (A Sentinela, 1.º de dezembro de 1989, p. 12, §9)

Como de costume, somos obrigados a concluir que todos estes princípios só se aplicam aos outros, não se aplicam à própria Torre de Vigia. Outras igrejas devem submeter-se às críticas da Torre de Vigia, porém, é completamente impróprio que qualquer outra pessoa espere o mesmo deles. Só a obediência cega é aceitável para Brooklyn:

"Por vezes são ouvidas de alguns imaturos observações ligeiras, conversa descuidada ou críticas abertas às operações da Sociedade. Isso é crassa falta de respeito pelos meios que Jeová está usando de maneira notável para realizar a sua vontade neste tempo antes do Armagedom. Realmente a Sociedade, sendo dirigida pelo Espírito Santo de Deus, merece o nosso mais profundo respeito e obediência de todo o coração." (The Watchtower [A Sentinela], 15 de julho de 1960, p. 444 [em inglês])

Quando alguém critica a Sociedade Torre de Vigia, isto pode convenientemente ser chamado outra coisa qualquer. Soa muito melhor. A palavra mágica é perseguição. Se a crítica for sinônimo de perseguição, então a Sociedade Torre de Vigia deve ter perseguido horrivelmente a Igreja Católica já por mais de cem anos. É claro que não. Quando a Sociedade Torre de Vigia faz isso, não se chama perseguição, nessas alturas o termo correto é crítica. Sente-se confuso? Bem, vejamos como a Sentinela explica isto de maneira tão elegante:

"Daí suscitou a pergunta: "É a exposição de falsas religiões uma perseguição dos seus aderentes? É isso intolerância anticristã?" A resposta foi: "Não; de outro modo Jesus Cristo teria sido perseguidor intolerante dos judeus [...] Isto não significa atacar pessoas, mas sim o sistema que as escraviza." (A Sentinela, 1.º de abril de 1988, p. 24, 25, §15, 16)

Quando a Torre de Vigia persegue, oops, critica as Igrejas, isto é ditado pelos melhores motivos:

"Sentimos interesse bondoso e amoroso pelas pessoas de todas as religiões, mas, quando as crenças e práticas religiosas delas são falsas e merecem a desaprovação de Deus, trazer isto à atenção delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas. [...] Seguimos as pisadas de Jesus por trazer à atenção aquilo que a Palavra de Deus diz, o que pode resultar no benefício eterno daqueles que derem ouvidos." (Despertai!, 8 de julho de 1988, p. 28)

Bem, agora já sabemos. Se você está convencido de que está a lidar com uma religião falsa, então está tudo bem. Mas agora também sabemos que todas as críticas feitas à Torre de Vigia são perseguição rancorosa feita por pessoas iníquas e que o Diabo está por detrás disso, o que evidentemente está em nítido contraste com a preocupação amorosa que a Torre de Vigia mostra quando está expondo as falsidades das Igrejas. Pode-se dizer o que se quiser, mas os sujeitos de Brooklyn realmente sabem como manipular a linguagem.

No início mencionei as acusações da Torre de Vigia contra a Igreja Católica devido à intolerância desta contra pessoas de pensamento independente durante a Idade Média.

Vejamos como isto é feito na literatura da Torre de Vigia neste exemplo:

"Intolerância Católica"

"A lei canônica católica declara: "Sustente mui firmemente, e de nenhum modo duvide, que todo herético ou cismático há de ter parte com o Diabo e seus anjos nas chamas do fogo eterno, a menos que, antes do fim da vida, se incorpore, e seja restaurado, à Igreja Católica."" (Despertai!, 8 de maio de 1984, pp. 4, 5)

Agora compare essa declaração da lei católica, que a revista Despertai! identifica de forma clara e justa como intolerante, com esta declaração:

"Os apóstatas dos dias dos apóstolos e seus correspondentes modernos não são representados pelo "joio". Mas, a Bíblia indica que tais apóstatas 'não são dos nossos', têm a desaprovação de Deus e devem ser evitados pelos cristãos leais. Todo aquele que apostatar e não se arrepender até o fim deste sistema de coisas sofrerá o mesmo destino que o "joio", sendo "queimado no fogo", ou seja, completamente destruído." (A Sentinela, 1.º de setembro de 1984, p. 31)

Quando a Igreja Católica declarou que todas as pessoas que morrerem sem pertencerem à Igreja estão condenadas, isto é intolerância. Mas não vemos esse termo usado em parte alguma quando a "lei das Testemunhas de Jeová" declara exatamente o mesmo. Porquê?

Por vezes esta incrível duplicidade de critérios e este ilusionismo com palavras torna-se quase inacreditável, como neste próximo exemplo:

"Ninguém tinha a liberdade de adorar como desejasse, ou de emitir opiniões que conflitassem com as do clero. Tal intolerância clerical gerou um clima de medo em toda a Europa." (A Sentinela, 1.º de setembro de 1989, p. 3)

De forma muito correta, a Torre de Vigia declara que numa situação em que é proibido expressar opiniões conflitantes com as dos líderes religiosos como o clero, isto é uma manifestação clara de intolerância!

Agora leia isto:

"Acautele-se dos que procuram apresentar suas próprias opiniões contrárias." (A Sentinela, 15 de março de 1986, p. 17)

"EVITE IDÉIAS INDEPENDENTES". (A Sentinela, 15 de julho de 1983, p. 22)

"Como se manifestam tais idéias independentes? Um modo comum é questionar o conselho provido pela organização visível de Deus." (A Sentinela, 15 de julho de 1983, p. 22, §21)

"LUTE CONTRA IDÉIAS INDEPENDENTES". (A Sentinela, 15 de julho de 1983, p. 27)

Por que criticam a Igreja Católica por algo que ela praticou na Idade Média, quando a Sociedade Torre de Vigia na realidade pratica exatamente a mesma intolerância nos nossos dias?

Por que era intolerância quando o clero da Idade Média negava às pessoas o direito de expressar opiniões contrárias às do clero, mas é correto ordenar às Testemunhas de Jeová hoje que evitem o pensamento independente, sim, que lutem contra o pensamento independente? Por que é necessário "acautelar-se" dos que têm "opiniões contrárias"?

Qual é a diferença? Por que é intolerância quando os católicos e outros fazem isso? Por que é aparentemente correto quando a Sociedade Torre de Vigia faz o mesmo? Será que a razão por que a Torre de Vigia odeia tanto a maioria das igrejas é que estas pararam de aterrorizar e perseguir as pessoas que pensam independentemente? Onde, senão entre as Testemunhas de Jeová, encontramos hoje tal pensamento da Idade Média?

"Na Idade Média, o domínio clerical significou a destruição das liberdades pessoais." (A Sentinela, 1.º de setembro de 1989, p. 3)

Infelizmente, no ano 2000 as Testemunhas de Jeová que participam no fórum de discussão H2O ainda têm de esconder a sua identidade devido à intolerância do "clero" da Sociedade Torre de Vigia. Em 2000 significa perda e destruição das liberdade individuais, sim -- mesmo da vida, devido à intolerância da Sociedade Torre de Vigia.

Exatamente como na Idade Média, a Sociedade tenta:

"eliminar indivíduos que ousassem sustentar conceitos diferentes." (A Sentinela, 1.º de setembro de 1989, p. 3)

A revista Despertai! pergunta:

"'Mas certamente o mundo já se livrou de tal intolerância', alguns talvez raciocinem." (Despertai!, 8 de maio de 1984, p. 4)

Sim, de fato, o que nos mostra a história agora no ano 2000? Será que o mundo já se livrou de tal intolerância no nosso tempo? Existe realmente uma organização religiosa hoje onde é proibido ter opiniões diferentes das opiniões dos líderes, onde as pessoas são sujeitas a tribunais à porta fechada, são expulsas e evitadas pelos anteriores amigos? Existem realmente sociedades religiosas hoje nas quais os líderes têm tanto medo de críticas, que os membros são proibidos de ler certa literatura e de falar com certas pessoas? Será que tal intolerância flagrante ainda existe hoje? Oh sim, existe. Uma dessas sociedades é conhecida como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados e os seus membros são conhecidos como Testemunhas de Jeová.